Mas Catita lhe cingira os braços ao pescoço; seu hálito crestou-lhe o rosto. A esse contato desamparou-o toda sua força; os braços lhe caíram inertes e ele afastou-se com o passo trôpego, vacilando como um ébrio. A moça, espavorida do que fizera, seguia Manuel com um olhar pasmo.
Nesse momento um sopro glacial cortou como uma corrente de gelo a atmosfera abrasada.
O peito de Manuel dilatou-se num amplo respiro. Semelhante ao homem que saísse de uma caverna abafada, ele bebia aquele ar frio às golfadas; com os lábios descerrados, os braços abertos, parecia receber um amigo a quem estreitava ao peito.
— O pampeiro!... exclamou.
O filho do deserto, assomando no horizonte, soltou seu primeiro bramido, que sibilou no espaço e fendeu como uma seta o ronco do trovão. Imediatamente as tempestades que trotavam no firmamento fugiram pávidas para os confins da esfera, como um bando de capivaras ouvindo o berro da jibóia.
O pampeiro é a maior cólera da natureza; o raio, a tromba, o incêndio, a inundação, todas essas