Página:O Gaucho (Volume II).djvu/50

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que nenhum sabia o nome do outro, apesar de estarem juntos e conversando havia meia hora.

— João Canho, de Ponche-Verde!

— Era seu pai? Ora, se o conheci, meu amigo velho de outros tempos, quando no continente havia homens, que hoje parecem mais bonecos de cheiro que outra coisa, sobretudo os tais lá de Porto Alegre. João Canho? Sabe de que idade nos conhecemos?... Espere!... 1798... eu tinha 12 anos e ele 14. Andamos juntos na escola em Rio Pardo.

— Mas então o senhor é o furriel?

— Isso mesmo. Depois, ele seguiu lá seu rumo até que nos encontramos no tempo de Artigas. Os dois Bentos, bem sabe, andavam sempre juntos; eu servia às ordens de um, ele era camarada do outro.

— Estivaram em Taquarembó?

— Em Taquarembó, em São Borja, em Catalã, onde filamos o Verdum. Naquele tempo não se fazia tantas partes, como hoje, para brigar. A gente passava o trabuco a tiracolo, encilhava o pingo, e era só farejar para sentir onde cheirava o chumasco. Agora para se fazer uma rusgazinha