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leituras prediletas, em matéria filosófica, eram Haeckel, Spencer, Lange e Soury. Mais tarde é que Schopenhauer, Noiré, Bain, Mill e Wundt haviam de ser estudados.

Com Martins Júnior, Clodoaldo Freitas, João Freitas, Orlando, José Carlos e outros excelentes companheiros, embora me preocupassem as investigações filosóficas, mantinha o culto da literatura amena e da crítica literária. Dos nossos, ia lendo os antigos, os românticos e os naturalistas, que começavam a aparecer com Aluísio, e acompanhava com muito interesse as tentativas de romance histórico, sob a excelente feição de um naturalismo tradicionalista, que ia publicando Franklin Távora. Dos estranhos, Flaubert, os Goncourt, Daudet, Sully Prudhomme, Lecomte de I'Isle, alguns ingleses e italianos, mas principalmente Zola, o romancista e o crítico, eram os autores literários que mais doces emoções me despertavam.

Foi nesse momento que os estudos de Sílvio Romero me fizeram compreender que essa alta função da vida intelectual dos povos — a literatura — somente à luz do critério social e etnográfico se pode bem apreciar.

Depois de concluído o meu curso de Direito foi que, por assim dizer, comecei a interessar-me por essa bela ciência, ao lado da qual passara cinco anos sem lhe perceber os encantos. Devo a Tobias esse inestimável serviço de me ter