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Madame de Staël, os livros da história da literatura de Villemain, fora os clássicos, que tinha de traduzir em estudo, por obrigação.

De Vítor Hugo, mais do que a d'Os Miseráveis, deliciou-me a leitura de Nossa Senhora de Paris, e, ainda mais do que esta, a do Homem que ri e d'Os Homens do Mar. Seu livro, porém, que eu não me limitei a ler apenas uma vez, mas que volta e meia tinha às mãos, porque ele me interessava particularmente, era o seu William Shakespeare, que obtive de uns salvados, com um grosso volume das obras dos grandes autores italianos, mais os de Villemain a que já me referi.

Esse William Shakespeare, e depois os primeiros volumes de Hugo, que andei procurando de propósito, foram dos livros em que mais meditei até aos meus dezessete anos de idade, já aí com a louca, em todo caso nobre ambição que obras tais tão facilmente, na idade em que eu estava, inspiram. Devo juntar a estes os livros de Staël, principalmente os de crítica e de história, — as páginas em que ela se refere à sua vida, aquelas outras, excelentes, sobre a Alemanha, suas reflexões relativas à Revolução Francesa, etc.

Em todo caso já me achava então um tanto impressionado com o naturalismo, tenho lido principalmente muitos volumes de Zola. Custou-me a princípio aceitá-lo.