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nesse fato, que é expressivo. Os sacerdotes se levantaram e moveram-lhe uma guerra estúpida de todos os dias, servindo-se da ignorância e do prestígio rotineiro das formalidades do culto católico. A mocinha fraca não esmoreceu. Lutou, persistiu, venceu. Fez discípulos e discípulas numerosas. Só na capital as suas escolas sustentam e educam perto de dois mil alunos. Pelo interior do Estado nascem e multiplicam-se escolas filiais da propaganda central tenacíssima de D. Anália Franco. Ninguém no Rio de Janeiro falou nisso. Os livros, os romances e a revista, que essa brasileira notável tem escrito e dirigido, nem um só momento apareceram em nosso meio literário, porque é próprio das coisas sérias e profundas vicejarem modesta e ocultamente. O Sr. Veríssimo e os outros críticos ignoram tudo isso. Que importa! A obra não fica sendo menor, nem menos valiosa. Quando no futuro essas coisas aparecerem, toda a gente se espantará, duvidando da realidade.

Entretanto, a coisa está ali em S. Paulo. Ninguém a vê, porque não quer ou não sabe. Há poucos anos, também, morreu na Bahia Luís Farquínio, que aí fez uma obra semelhante, diferente nos processos, igual no fundo e no pensamento dominante. Da sua imensa fábrica fez uma vasta escola de amor e trabalho. É possível que não tenha deixado continuadores entre