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assim, isto é, sendo mais hábeis e mais originais na colaboração que prestamos ao movimento mundial.

Enquanto a Europa nos manda o excedente da sua população, acaso desejando retalhar-nos em pequenas colônias, o Brasil absorve essas gentes todas que lhe chegam da Itália e da Alemanha. As nossas escolas são o grande fator ativo dessa nacionalização empolgante.

É o Brasil, de todos os países novos, aquele em que o estrangeiro se sente mais à vontade, onde menos existe o preconceito de cor, de raça ou de fortuna.

A nossa jovem literatura reflete já esse sopro augusto de fraternidade. Não é só de uns três ou quatro anos a esta parte, como pensam alguns, que se faz entre nós o romance e a poesia de ação. A não ser que se queira fazer questão de palavras, menosprezando as idéias, essas coisas se encontram já, em lampejos geniais, nas poesias de Castro Alves, Gonçalves Dias e Domingos de Magalhães, assim como nos poemas de Basílio da Gama e Varela. Apenas, agora, o movimento é mais consciente e enérgico na geração de novos que nele toma parte.

Os críticos, que dessas coisas se incumbem, menoscabam orgulhosamente dos pensadores e literatos dos Estados. Cada novo dia, entretanto, vê surgir um novo batalhador. Alguns se