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novos ideais. Pelo que vi, pelo que se acha parcialmente publicado de sua formosa obra, não trepido em considerá-lo como um dos iniciadores de mais essa campanha, a investigação carinhosa das nossas correntes sociais, que o jovem Brasil pede ansiosamente.

Pedro do Couto, que é um positivista livre, desabusado e ardente, sabendo separar o joio do trigo, tem no prelo um livro congênere, cujo conteúdo desconheço ainda. Mas considero a concepção positiva da arte como a mais bela, a mais vasta e a mais grandiosa que se tem imaginado. É uma das faces mais geniais, talvez a única que se possa aceitar sem restrições, da imensa obra de Augusto Comte. Tenho, pois, que seja uma novidade auspiciosa para as nossas letras o aparecimento de um livro bafejado por essa influência, aliás perturbadora e nociva a outros respeitos. A sua crítica ampla e erudita, talhada por um largo sopro social, será mais um golpe na outra: a velha, a sediça, a fóssil, a inútil e felizmente moribunda.

Trabalhos assim feitos deixam de ser superfetações livrescas, porque têm os seus lugares previamente indicados na nossa moderna literatura.


IV

Não creio que esteja na índole dos brasileiros