Página:O Momento Literario (1908).pdf/188

Wikisource, a biblioteca livre

O Sr. Félix Pacheco é, como toda a gente sabe, uma das figuras proeminentes do simbolismo. Em tempos que já lá vão, o bizarro poeta foi quase o sacerdote magno de uma igreja que tinha por Deus Cruz e Sousa. Era a época da nevrose. Os literatos andavam pelos jardins dos delírios, surgiam diariamente revistas em que o núcleo nefelibata esgrimia tendo na destra o cacete do desaforo mostrado com orgulho ao vácuo, e, afivelado à sinistra, o broquel d'oiro da rima exótica.

O medievalismo, o intencionismo e outros males provenientes do pré-rafaelismo carcomiam a alma dos infantes poetas, e todos esses infantes, alguns dos quais ainda nos preparatórios, eram de uma ignorância religiosa e sesquipedal.

Um desses meninos vociferava de manhã à noite, na Rua do Ouvidor, os quatro pontos cardeais da poesia universal, os quatro grandes e assombrosos gênios da rima.

Sabem quais eram esses pontos cardeais?