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talvez, quem sabe? para a idade, mesmo muito boas...

— Ainda não tenho obras. Espero ter. Por ora nada do que escrevi merece tão pomposa denominação. Obra é o que fica. Na minha bagagem há por enquanto meros ensaios. Estreei com um folheto ruim, em prosa detestável e verso pior, as Chicotadas, que escrevi por ocasião da morte de Canovas. É um mistifório de colegial apressado...

Aí o primeiro forte na orquestra:

— Talvez um pouco no gênero das Vergastas do meu cordial inimigo, o Dr. Lúcio de Mendonça, que aliás nunca tive a fortuna de ler, ao contrário do que acontece com as Harmonias Errantes do Dr. Francisco de Castro, amigo e quase parente de um conhecido homônimo de um ilustre ministro do Supremo Tribunal...

E a berceuse recomeça:

— Fiz depois O Publicista da Regência, trabalho de jornal, com dia certo para ser publicado. Releio às vezes o volume e, palavra de honra! não desisto de tirar-lhe algumas infantilidades, retocá-lo, ampliá-lo e fazer dele uma Obra, quando mais não seja, em homenagem aos reparos e à sarabanda tremendíssima de um certo jornalista meu amigo, que viera das mesas do café Paris e irrompera desabusado pela Cidade do Rio, numa fulgurante promessa de altos vôos...