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Outro vôo!

— Traduzi as homilias de piedade, de Bossuet; atamanquei uma versão da Verdade, de Zola; escrevi o Périplo de Hannon para a edição especial que o Jornal deu no dia do Centenário. Mas tudo isso precisa de largas emendas e correções... Em 1901 publiquei Via Crucis, que não é positivamente uma obra.

O meu romantismo ficará na coleção do Debate, sepultado juntamente com um amor que era feito de mel rosado e borboletas. A crítica aplaudiu o volume, mas, em meio desse coro de bênçãos, houve um berro que me desconcertou um pouco. Com uma ingenuidade de Calino meditei na razão do necrológio e vi que o homem não deixava de ter razão: o contrapeso do assobio é necessário para que as palmas não embriaguem.

O fato é que Via Crucis não era sem falha, e tanto assim que depois de publicado ainda emendei muita coisa, como terá ocasião de ver na edição definitiva.

Dei finalmente o Mors-Amor, que é de ontem e a respeito do qual julgo desnecessária qualquer referência... A página melhor de Via Crucis é o Símbolo dos Símbolos; em Mors-Amor o que mais me agrada é a Canção do Louco.

Tenho dois livros de prosa que ainda não sei quando virão a lume, mas que se acham prontos;