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esse trabalho medíocre, que nunca publiquei. Foi nessa idade que li com avidez e já preparado para sentir e julgar os então modernos escritores franceses. Li Vitor Hugo, Lamartine, os Dumas, pai e filho, Alfred de Musset, Verlaine, Baudelaire, Théophile Gautier, Guy de Maupassant e outros. Daudet aparecia. Li-o, mas não me impressionou como Hugo, Gautier e Maupassant. Hugo era para mim assombroso, extraordinário, e magnetizava-me pela grandeza das suas concepções e o imprevisto dos seus conceitos. Amava-o mais na prosa do que no verso. Théophile Gautier, o divino Théo, empolgava-me principalmente pelo estilo; Maupassant seduzia-me pela escola, que era nova, e pelo talento descritivo, em que já se aproxima de Gautier e de Hugo.

Não contando os clássicos portugueses que li, eis a minha bagagem literária daquele tempo.

Só mais tarde, quando regressei ao Brasil em 1871, foi que conheci a obra literária de Macedo, Alencar, Castro Alves, Varela e Machado de Assis, que ainda não era o mestre consagrado que hoje é.

O meu espírito, já então disciplinado, começava a produzir metodicamente.



Não quero fazer uma autobiografia, mas posso agora, resumindo, dizer que os escritores que mais influência exerceram na minha formação literária