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O Sr. Mário Pederneiras, um dos mais admiráveis poetas da geração nova, recebo a seguinte carta:

"Meu caro João do Rio. — São profundos e consideráveis os quesitos do teu interessante interrogatório sobre a nossa atualidade literária.

Demandam Erudição, e tempo não me sobra para o trabalho paciente de aprendizagem e rebuscamento pelas empoeiradas e sonolentas prateleiras das Bibliotecas e dos Institutos.

Demais, eu detesto o Alfarrábio, que me traz ao espírito a tristeza das exumações, quando não representa a ilusão de uma inutilidade, porque, se têm mérito excelente a Idéia e o Princípio pontificados pela Inteligência de há séculos, vencem facilmente a profunda inexorabilidade do Tempo e dos Esquecimentos, impondo-se à feição prática dos nossos dias, em reedições cômodas e cuidadas, pois não me parece que aos progressos tipográficos de