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envergonhado, diante dos parnasianos, que traziam a novidade da Forma impecável de Alberto de Oliveira, o Verso meridional e vigoroso de Olavo Bilac e os sonetos magistrais do Mestre do soneto brasileiro — Luís Delfino.

A nova Escola, porém, nenhuma influência exerceu sobre o meu espírito e eu continuei, por algum tempo ainda, a chorar os meus amores traídos e as mesmas desventuras sentimentais, embrulhado na mesmíssima sobrecasaca sombria, à sombra do mesmíssimo chapéu conquistador e mole.

Foi em 1890 que eu comecei a minha verdadeira formação literária na companhia de dois lindos Espíritos de Artistas — Gonzaga Duque e Lima Campos.

Era a época da boêmia rebelde dos "novos", com todo um longo cortejo de revistas efêmeras e um desperdício extraordinário de talento e de energia.

A nova Escola seduzira-me encantadoramente com a riqueza pomposa das suas teorias de Renascimento, a delicada transcendência da sua Fantasia e a alta novidade emocionante do seu Ritmo e da sua Forma.

Comecei então a considerar-me simplesmente reles e atrasado.

Que diabo! Aos 21 anos, com todo um curso completo de Humanidades, Filosofia inclusive, era ridículo viver atarraxado àquele