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Delfino, o das "Naus" e da "Madalena aos pés da Cruz", e tanto admiro o Verso quente e meridional de Olavo Bilac, como a impressão catedralesca de Emílio de Menezes. E por que não dizer também que me delicio com a arte estranha de Cruz e Sousa, do "Satã", do "Acrobata da Dor", e de "Meu Filho", e que nutro uma delicada afeição pela meiga simplicidade consoladora de Cesário Verde e Macedo Papança?

Respondo agora ao teu segundo quesito.

Para desespero dos amadores da literatura de peso, em brochuras de quilo, todo o meu trabalho literário, até hoje aparecido, está enfeixado em duas plaquettes esgalgas, excelentemente impressas: Agonia e Rondas Noturnas.

A primeira, meu livro de estréia, sofreu, coitadinha, todos os maus tratos da veneranda Crítica indígena; disseram-lhe nomes feios, chamaram-na de produto postiço do preconceito escolar, e até, João, chegaram a arrumar-lhe em cima o peso vigoroso de insultos em francês. Um horror...

Lembro-me ainda de que o egrégio Sr. Antônio Sales, no seu belíssimo estilo pompadour, deu-lhe pra baixo de rijo, em meio palmo de excelente prosa gramatical, pelas colunas de honra de um diário de efêmera duração.

Desesperei, João, porque contava bastante