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— Entretanto, não me poderá apontar, entre os escritores com que tem confabulado, quais os que maiores e mais duradouras emoções lhe têm fornecido?

Da melhor vontade. Na língua portuguesa enumerar-lhe-ei Camões, Herculano, Tomás Antônio Gonzaga, Fagundes Varela; nas outras, Lamartine, H. F. Amiel, Dante, Schiller, Longfellow, Shakespeare, Taine e o assombroso Balzac.

— E das suas obras qual a que prefere?

— Houve um instante que todas as minhas simpatias se voltaram para as Saudades, publicadas em 1892, em Coimbra. Veio depois o poema O Cavaleiro do Luar, tão mal acolhido pela chamada crítica indígena e, no entanto, de resultados tão completos junto ao público. Por fim, foram os Pássaros Brancos. Hoje...

— Hoje...?

— ... é o livro em que ando a trabalhar.

— De sorte que v. não tem preferências por esta ou aquela de suas obras?

— Naturalmente. Nem eu concebo um pai com mais amores a um filho do que a outro. Não são todos filhos?

— No que importa à prosa e à poesia contemporâneas, separadamente, parece-lhe que no momento atual, no Brasil, atravessamos um período estacionário? Haverá novas escolas? Haverá luta entre escolas antigas e modernas?