Página:O Momento Literario (1908).pdf/333

Wikisource, a biblioteca livre

renegado é que para a vossa companhia voltarei."

O Sr. Alberto Ramos já se achou. Zaratustra acompanha-o. É talvez o único homem no Brasil a quem Zaratustra dá essa honra. Daí o Sr. Alberto Ramos não acreditar senão nele mesmo, adorar a força, o domínio, e praticar, no limitado círculo dos humanos a que permite a honra da sua palavra, a filosofia do super-homem.

Que vem a ser um super-homem?

Um super-homem, na nossa sociedade, é o cavalheiro irresistível, de cujas palavras todos pendem e de cujos braços depende o mundozinho em que vive e que, com tudo isso, é frio, brilhante e duro como o diamante.

Mando, cheio de humildade, ao Sr. Alberto Ramos o meu questionário, e fico à espera.

Dias depois recebo estas imprevistas considerações filosóficas, em que o poeta da Ode do Campeonato se revela o idólatra da força e do paradoxo:

"As grandes épocas de civilização dos povos caracterizam-se pela elevação integral e harmônica da cultura física. Antes que o dogma cristão tivesse pervertido a noção da vida, erigido o pessimismo em moral e subvertido o sentido da terra, a saúde do corpo corria parelhas com a saúde do espírito. A base da cronologia grega foi a olimpíada, isto é, a glorificação da