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mesmo nefelibatismo passou. A geração vitoriosa é ainda a de Bilac, Alberto, Raimundo na poesia e Machado de Assis, Neto, Aluísio na prosa.

— E o feminismo, que pensa do feminismo?

Parece-me ver nos olhos de D. Júlia um brilho de vaga ironia.

— Sim, com efeito, há algumas senhoras que pensam nisso. No Brasil o movimento não é contudo grande. Acabo de receber um convite de Júlia Cortines para colaborar numa revista dedicada às mulheres. Descanse! Há uma seção de modas, é uma revista no gênero da Femina...

Já passa de duas horas o tempo em que eu, numa causeuse de couro, interrogo inquisitoriamente os dois artistas. Levanto-me.

— Vai-se embora? Tão cedo?

— Duas horas! Há lá embaixo, naquela fornalha, uma outra fornalha que me espera — o jornal. Despeço-me.

— Ainda uma pergunta: dos seus livros qual prefere?

— Vai ficar admirado.

— É A Falência?

— Não.

— O primeiro?

— Não, é A Casa Verde, porque foi escrito de colaboração com meu marido. A Casa Verde lembra-me uma porção de momentos felizes...