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por um feliz acaso, me serviram para abrir definitivamente o caminho por onde já tinha enveredado, fortalecendo as velhas tendências.

Foram um estudo de Emílio de Laveleye acerca dos Niebelungen e da antiga poesia popular germânica, um ensaio de Pedro Leroux sobre a Gothe e um livro de Eugênio Poitou sob o título — Filósofos Franceses Contemporâneos.

O primeiro meteu-me nessas encantadas regiões de folclore, crítica religiosa, mitologia, etnografia, tradições populares, que me têm sempre preocupado.

O segundo nas acidentadas paragens da crítica literária moderna, que tanto me tem dado que fazer.

O terceiro no mundo áspero e movediço da filosofia, em que me acho nas mesmas condições. Mas tudo isso já vinha de trás.

Aí ficam as várias cenas do 1º ato — As Origens — de minha vida espiritual.

Como, depois, me orientei de tudo isso, por entre as leituras e estudos que tenho feito por quarenta anos ininterruptos, o que aprendi dos mestres, o que tirei de mim próprio, isto é, o 2º ato do drama — A Formação — deixo de indicar, porque já me vou tornando secante. A crítica indígena que o procure por si mesma descobrir e refazer, se achar nisso algum interesse.

Deixei para o fim a influência em mim exercida