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era só d’elle, original, desconhecida. N’esta declaração, aliás pouco ingleza, a palavra that acha-se escripta por inteiro.

Voltando-se então para M. C.:

— Porque não apresentou logo este papel? perguntou o mascarado. Esta declaração foi falsificada.

— Falsificada! exclamou o outro, erguendo-se com sobresalto ou com surpreza.

— Falsificada; feita para encobrir o assassinato: tem todos os indicios d’isso. Mas o grande, o forte, o positivo indicio é este: onde estão 2:300 libras em notas de Inglaterra, que este homem tinha no bolso?

M. C. olhou-o pasmado, como um homem que acorda de um sonho.

— Não apparecem, porque o senhor as roubou. Para as roubar matou este homem. Para encobrir o crime falsificou este bilhete.

— Senhor, observou gravemente A.M.C., falla-me em 2:300 libras: dou-lhe a minha palavra de honra que não sei a que se quer referir.

Eu então disse lentamente pondo os olhos com uma perscrutação demorada sobre as feições do mancebo:

— Esta declaração é falsa, evidentemente, não percebo o que quer dizer este novo negocio das 2:300 libras, de que só agora se falla; o que vejo é que este homem foi envenenado: ignoro se foi o senhor, se foi outro que o matou, o que sei é que evidentemente o cumplice é uma mulher.

— Não póde ser, doutor!, gritou o mascarado. É uma supposição absurda.

— Absurda!?... E este aposento, este quarto forrado de seda, fortemente perfumado, carregado de estofos, illuminado por uma claridade baça coada por vidros foscos; a escada coberta com um tapete; um corrimão engenhado com uma corda de seda; ali aos pés d’aquella volteriana aquelle tapete feito de uma pelle de urso, sobre a qual me parece que estou vendo o vestigio de um homem prostrado? Não vê em tudo isto a mulher? Não é esta evidentemente uma casa destinada a entrevistas de amor?...

— Ou a qualquer outro fim.

— E este papel? este papel de marca pequenissima, do que as mulheres compram em Paris, na casa Maquet, e que se chama papel da Imperatriz?

— Muitos homens o usam!

— Mas não o cobrem como este foi coberto, com um sachet em que havia o mesmo aroma que se respira no ambiente d’esta casa. Este papel pertence a uma mulher, que examinou a falsificação que elle encerra, que assistiu a ella,