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CAPITULO XII
O INTERIOR DO REINO


PATERSON uma manhã, conversava com Robert, sobre as maravilhas de Kiato. Comparava o viver d’aquella gente com o do povo inglez, considerado o mais livre dos povos, onde a Justiça tinha os olhos vendados.

Que era Londres, comparada áquella capital de meio milhão de habitantes? Uma miseria. As artes, as letras, as industrias, a agricultura offuscavam-se ante o progresso daquelle reino livre.

Paterson philosophava. A Inglaterra é o paiz do ouro, mas lá se morre de fome. Kiato é o paiz da fraternidade humana.

Londres tem lords que soffrem da gota, que morrem de inanição, porque não podem engulir, que têm cancros que lhes roem o estomago, que os privam de tomar alimento mezes e annos, como os miseraveis das pocilgas, que morrem de fome porque não têm que comer. Na Inglaterra, é preciso um exercito para velar pela paz do Reino; em Kiato, é a consciencia do cidadão que vela pela tranquillidade publica.

O rigor das leis inglezas não impede que o «gin’s