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O reino de Kiato
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havia chegado aquelle povo. O decalogo observado daria como consequencia — «a fraternidade humana»?

Como cumpril-o si o homem, embrutecido pelo alcool, não o podia comprehender? Era preciso primeiro purifical-o, e a desintoxicação não se faria em pouco tempo: seriam precisos dezenas de annos, abalar até os alicerces o edificio social e depois reconstruil-o em moldes novos. Uma vez reconstruido de accordo com os mandamentos da lei de Deus, reinaria a paz em todo mundo.

Cada vez mais curioso, perguntou por outras estatuas a um transeunte. Apontou-lhe este tres, em cuja busca se foi.

A empreza não se tornou difficil. Pouco adeante encontrou a estatua de Pasteur: sobre elevado pedestal o vulto do sabio francez, a physionomia de santo, sopeando tres dragões degoliados: a raiva, a diphteria, o carbunculo... No pedestal esta legenda: — «Ajoelhai-vos deante do maior bemfeitor da humanidade até hoje».

Paterson poz-se de joelhos, e entoou muda saudação ao vulto mais imponente da humanidade.

Visitou a terceira estatua, a do rei Pantaleão I. Era fundida em bronze.

Trajava como os seus subditos. Na mão direita tinha uma espada. Da mão esquerda pendia uma folha de marmore em que se lia: — «Cumpri o vosso dever, respeitae os direitos de vossos semelhantes e a paz estará comvosco». Calcados sob seus pés, tres abominaveis monstros, qual mais hediondo, abertas as fauces: o alcool, a syphilis e o tabaco.

Na base da peanha lia-se: