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O reino de Kiato
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doutrinas. Começava a ouvil-as desde a escola primaria até á universidade.

Ver uma escola era ver todas. O magisterio ali não era exercido como simples meio de vida. O titulo de professor era honra naquelle meio. A nação pagava com prodigalidade os pedagogos, percebendo os professores primarios os mesmos honorarios que os professores da universidade. Ensinar a ler era tarefa superior a ensinar disciplinas.

Paterson limitou-se a visitar mais umas quatro escolas. Conhecel-as todas era-lhe impossivel. A capital tinha uma população de quinhentos mil habitantes e para cada cem havia uma escola. Em todo o Reino, não existia um só analphabeto.

Nos primeiros tempos da vida daquelle povo, depois da decadencia, as leis eram severissimas, os crimes graves punidos com a morte. A forca trabalhava mas não corrigia. O ensino era obrigatorio. O pae que não mandasse o filho á escola era castigado com multas pesadas e na reincidencia com prisão.

Mas o rigor das leis foi enfraquecendo, á medida que o povo se foi revigorando, adquirindo a saude do corpo e do espirito deteriorada pelo alcool, pela syphilis e pelo tabaco. Desappareceram, afinal, por desnecessarias.

A instrucção publica não tinha fiscaes. Os inspectores escolares, simples figuras decorativas dos paizes atrazados, não eram conhecidos.

O professor, conscio de suas obrigações, de suas responsabilidades, não precisava que o vigiassem obrigando-o a cumprir os seus deveres.

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