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CAPITULO IX
A CASA REAL


COMEÇAVA a nova estação. Quasi todas as manhãs chovia. Paterson não podia sahir e para matar o tempo conversava com o hoteleiro, ao qual muito se havia affeiçoado.

William Robert ia-o instruindo na historia do povo kiatense, nos costumes, que tão bem conhecia. Contava a extranheza que lhe causára o viver da familia real. Acostumado a ver na pessôa de um rei um ser com alguma cousa de divino, com privilegios e regalias que tocavam á insania, pasmou ao conhecer a vida de Niel, rei de Kiato. Tinha o titulo de rei, mas era o cidadão da mais liberal democracia.

Havia quasi duzentos annos a dynastia de Kiato soffrera um grande desastre. Reinava Pantaleão I, devasso e bebado.

Era casado, tinha filhos, entre os quaes uma rapariga de quinze annos, por quem tinha excessiva affeição. Uma de suas amantes, porém, parecia-se tanto com esta que se diriam irmãs gemeas. Enciumado, resolveu matal-a, a amasia.

A’ tarde de um dia de grande bebedeira, estava o