Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/129

Wikisource, a biblioteca livre

contava-se um incidente curioso, e que por algum tempo deu tema às conversas da vila.

Dias depois da morte do comendador e do filho, estava Freitas em casa de D. Isabel; o moço conservava a mão direita metida no peito do colete, pretextando um talho que dera com o canivete ao aparar uma pena. A concorrência era pequena; estavam ausentes os candidatos festejados; tocava pois a noite ao Freitas, o que raras vezes sucedia.

D. Isabel tinha pressentido alguma cousa no porte e no olhar de Freitas; assim recomendou à filha que fosse meiga e afetuosa. Júlia entregou-se pois à sua inclinação; e Freitas em um momento de ternura conversando à janela aproveitou-se de uma ocasião em que não reparavam neles para tomar a mão da moça e beijá-la.

Júlia disparou a rir, chamando assim a atenção das pessoas que estavam na sala. Freitas surpreso ao último ponto, não compreendia; quando de repente um gesto da moça, sufocada de riso, o tornou lívido como um lençol. Escondeu rapidamente a mão, porém era tarde; já todos tinham visto o que ele tanto insistira em ocultar.