Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/211

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— Lembra-se? Foi você que me deu esta rosa! Está aqui guardada.

— Pois dê ao Lúcio, que está ali com uns olhos para ela!...

Lúcio corou. O sorriso apagou-se nos lábios de Adélia, como o voo nas asas da borboleta, quando expira a luz que a enleva. Mário voltou-se à voz da mãe que o chamava da porta.

A baronesa, já tranquila a respeito da filha, entrara na sala acompanhada pelo médico. Recebeu a D. Francisca do mesmo modo, com fria altivez; a Mário disse apenas estas palavras:

— Viu em que dão as travessuras? Bom será que lhe fique de lição para emendar-se.

Mário retrucou arremedando o riso da baronesa:

— Eh! eh!... emendado já estou. Mesmo que a senhora caísse amanhã no boqueirão, não seria eu que a tirasse de lá.

— Já se viu!... exclamou D. Alina.

O conselheiro reprimindo uma risada pensou consigo que, se Mário algum dia fosse deputado, seria um rival do Aprígio, o maior apartista da Câmara; glória até hoje sem sucessor.