apenas pela luz opaca de uma lamparina. D. Francisca chegou-se sutilmente; e percebendo que Alice estava acordada e com os olhos abertos, chamou o filho.
Vendo Mário, os lábios da menina se enfloraram com um sorriso.
— Ainda está zangado comigo, Mário? disse ela apertando-lhe a mão. Eu lhe prometo que não hei de fazer mais travessuras. Não quero que você morra por minha causa.
O menino sentiu um movimento de piedade; nesse momento teve pena que Alice fosse filha do barão.
Mas a sua natural repugnância o dominou:
— Não tenha susto!...
Essa palavra podia ser uma segurança que tranquilizasse seu espírito, e Alice compreendeu-a, quis compreendê-la assim; mas ela caíra dos lábios de Mário como uma ironia.
Horas depois toda a habitação estava entregue ao repouso. Alice dormia um sono prolongado, embora um tanto inquieto. Só o barão velava, cruzando a passos lentos o seu gabinete:
— Fazem onze anos! Foi em uma noite como esta; talvez à mesma hora... Que horas serão?