Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/225

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a brincar, e decerto não acudiria ao chamada da menina, se de repente não lhe ocorresse a ideia de se distrair com as zangas e contrariedades, que podia causar aos outros.

Foi chegar ele, e sentir-se imediatamente a perturbação produzida por sua presença. Ele entrou, como costuma entrar o tufão, a torrente, o raio; sem pedir licença, nem escolher caminho.

Todo o arranjo que tanto trabalho dera a Alice e às mucamas, desapareceu de relance; porque ele entendeu que não estavam os objetos colocados em regra. A unha da Eufrosina, a mesma unha da topada, fez conhecimento com o tacão do botim do menino, enquanto a Felícia chiava com um beliscão que ele lhe pespegava no braço em resposta a uma observação impertinente.

— Esta cadeira é para o padrinho? perguntou Mário mostrando uma poltrona de marfim acolchoada de cetim verde.

— É, respondeu Alice.

— Então posso sentar-me!

— Mário!... exclamou Adélia.

O menino acabava de espedaçar o mimoso traste em miniatura pretendendo sentar-se nele.