o vigário a sombra de umas jaqueiras e aí peripateticamente, à maneira dos pastores da Arcádia, começou o imbróglio poético donde devia sair alguma cousa, que se chamasse madrigal.
Com o polegar da mão esquerda escandindo as sílabas pelos outros dedos; com a destra suspensa a bater no ar a cadência do verso que saía da forja; os olhos no Parnaso; a mente acesa, as faces afogueadas e o toutiço em bicas, o discípulo de Caldas, era naquele momento uma caldeira poética no mais alto grau de fervura.
Enquanto o reverendo assim entrega-se às influições da musa, as outras pessoas encurtavam as horas da sesta conversando na varanda.
Em um grupo que se ajuntara junto do barão, a conversa rolava sobre Mário.
— Que me dizem do nosso novo doutor? perguntou o fazendeiro com certa bonanchice que animava a franqueza.
— Ah! O parisiense! disse com um sorriso de ironia o Conselheiro Lopes.
— Como o acha?
— Como todos os nossos moços que vão a Paris,