Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/180

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Um triste sorriso fugiu pelos lábios do mancebo, cujos olhos se abaixaram para não verem o semblante inquieto da menina.

Estava aberta a dois passos a porta de uma saleta desocupada; era um terreno neutro onde ela podia entrar sem o vexame que a impedira de transpor o limiar do quarto de Mário, depois que o moço o habitava.

— Escute, Mário, disse a menina conduzindo-o para a saleta. Desde sua chegada estou para restituir-lhe o depósito que me foi confiado, e faltava-me o ânimo. Hoje não sei por que, pareceu-me que não devia conservar por mais tempo este objeto em meu poder. Talvez seja um consolo!...Tome.

A mão trêmula de Alice apresentou a Mário uma caixinha que trouxera oculta sob o mantelete de seu vestido de cassa.

O mancebo em extremo comovido não viu o sinal de uma lágrima que umedecera a capa de marroquim verde. Ele tinha reconhecido logo uma espécie de estojo, onde sua mãe nos últimos anos costumava guardar seus objetos de maior valor; os poucos e mesquinhos que lhe permitia a pobreza.