tempos. Mas desta vez, o ódio borbulhava de seus lábios com o assomo da ira.
Transida com a rápida e incompreensível transformação, Alice lançou um olhar ansioso sobre o escrito que encerrava sem dúvida algum terrível mistério. Mas o mancebo prevenindo seu movimento fechara o papel na mão, e dirigia-se à porta.
— Mário! exclamou a menina querendo impedir-lhe a saída.
— Deixe-me! disse o mancebo com um timbre de voz surda. Neste momento não me pertenço, mas àqueles que já não são deste mundo!
Alice, que não se animara a retê-lo, ouviu-lhe os passos precipitados que ressoavam pelo corredor. Quando o ruído cessou de todo no fim da escada, a menina levou a mão ao seio, que uma dor lancinante traspassava. Era um pressentimento de que desta vez Mário separava-se dela para sempre. A fatalidade, essa fatalidade misteriosa de que falava o mancebo, acabava de romper o elo que os prendia a ambos; suas almas estavam decepadas uma da outra.
Desde esse dia, com efeito, Mário isolou-se ainda mais; as raras vezes que tomava parte nas reuniões