Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/187

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Imagine-se pois, quanto devia impacientá-lo a chuva torrencial que durante dois dias caiu em toda aquela zona da Serra do Mar. A inundação do Paraíba que é sempre a consequência desses aluviões, impediu a partida dos hóspedes.

Para distrair a sofreguidão, apenas estiou, saiu o barão a cavalo acompanhado do administrador, para ver os estragos da inundação. Eram como de costume árvores arrancadas, fossos obstruídos pelo enxurro, e regos profundos cavados pela torrente das águas.

Próximo à cabana do pai Benedito, o barão estremeceu, avistando de repente ao longe a sombria face do boqueirão.

— Que é isto? perguntou com a voz trôpega e o rosto lívido.

— A enxurrada levou o muro. Era um poder d'água como V. Ex.a não imagina!...

— D' água!... murmurou o barão com um sorriso estranho.

— Agora há de ser preciso levantar outra vez o muro?

— Sim... sim... respondeu com impaciência, fustigando o animal para afastar-se mais depressa.