Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/205

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e a certeza de o ter sob o mesmo teto, a consolou em sua aflição.

Dormiu porém um sono agitado. O receio indefinível, que durante aquela tarde a inquietava, persistiu apesar do letargo; e a sobressaltava de momento a momento. Despertava então com a ideia fixa de que nunca mais veria Mário.

De uma vez, pareceu-lhe ouvir o rumor de portas que se abriam. O primeiro arrebol franjava as nuvens do horizonte, que ela entrevia pelos vidros da janela.

Ergueu-se tomada de um pressentimento; e oculta entre as cortinas, descobriu o vulto de Mário que saía de casa, levando na mão uma pequena mala de viagem. A alguns passos de distância, o mancebo parou para fitar na janela um breve mas profundo olhar.

Curvando a cabeça ao jugo de uma resolução inabalável, afastou-se rapidamente na direção da capela. Ia ver o túmulo de sua mãe, antes de separar-se talvez para sempre desses lugares.

Sabia ele onde o levaria o seu destino? Partia; a direção pouco lhe importava; contanto que fosse longe, bem longe, para interpor entre si e aquela