Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/229

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Chegado às últimas palavras, o rosto já desmaiado do barão contraiu-se. Embora já esperasse a alusão e talvez mais ferina, essa prevenção, longe de embotar, ao contrário exacerbou-lhe a consciência.

Quando vieram chamá-lo para almoçar, já estava inteiramente calmo. Em toda sua pessoa transpirava a placidez, que incute a confiança de si mesmo.

Na mesa conversou alegremente, e conseguiu distrair Alice, que sorria sem querer, e sentia-se reanimar ao influxo daquela jovialidade expansiva. Às vezes porém o pai esquecia-se dentro de si, e lá ficava absorto em profunda meditação; de seu lado a filha, desprendida da atenção que lhe prestava, recolhia-se em sua mágoa, como a flor que fecha, mal se apaga o calor do dia.

Terminado o almoço, voltou o barão ao gabinete, onde encerrou-se para trabalhar. Não passou muito tempo porém, que o não interrompessem; bateu à porta o Martinho com recado do Comendador Matos, que lhe queria falar a todo o custo.

— Manda-o entrar, disse o barão.

E continuou a trabalhar sobre os livros de sua escrituração mercantil, abertos em cima da vasta carteira de vinhático.