Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/242

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em levantar-se para falar a Mário. Vestindo as roupas mal enxutas, desceu até à rocha arrimado ao braço do preto, a quem despediu antes de ir ao encontro do mancebo.

Pressentira o negro velho que naquela entrevista solene entre o barão e Mário ia decidir-se da sorte de ambos, e da ventura de Alice. Com o coração confrangido pela previsão de uma nova desgraça, em vez de tornar à cabana onde a Chica ficara rezando, ganhou o rochedo.

Havia ali uma gruta, que pai Inácio, antigo dono da choupana, ensinara a Benedito com os outros segredos de sua bruxaria. Era daí que o feiticeiro falava às almas, e metia medo aos curiosos que se animavam a visitar à noite o tronco do ipê.

Benedito recebera todas essas abusões, e as conservava, embora só as empregasse para o bem, pois era, como dissemos, um feiticeiro de bom agouro. Naquele momento, impressionado com a cena que ia passar, tinha necessidade de “falar à alma de seu senhor” e pedir-lhe que evitasse tantas desgraças.

Entretanto o barão, arrastando o passo, se aproximara