Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/252

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Um mês depois casaram-se Mário e Alice na capela de Nossa Senhora do Boqueirão, e dentro em poucos dias partiram para a Corte.

Mandara o barão com antecedência e a pedido da filha, alugar uma linda chácara para os lados do Jardim Botânico. Ali passaram os dois noivos sua primavera conjugal, que não foi somente lua de mel, mas astros perenes de sorrisos e flores.

Com o tato do coração Alice compreendera que Mário nunca poderia ser completamente feliz no lugar onde passara os primeiros anos. Envolvesse-o ela embora em uma atmosfera de amor, seu marido, no seio mesmo da ventura, havia de sentir a repercussão das reminiscências que dormiam ali ao redor, em cada sítio, em cada objeto.

Como a lava de bronze que o estatuário vaza no molde, é nossa alma na infância. Esculpe-se à feição da natureza que a cerca; e quando chega a mocidade, e funde-se a estátua, não é mais possível dar-lhe vária forma.

Em seu desvelo, porém, Alice contava criar para Mário outra infância melhor que lhe substituísse