O lirismo do reverendo não era fora de propósito. Realmente com aquelas roupagens frescas e transparentes, aflando ao sopro fagueiro da brisa, pareciam as duas amiguinhas entre os recortes da folhagem, duas flores do campo a se balançarem na haste delicada de um cipó.
As meninas garrulavam sobre a festa da véspera.
— Vais muito longe? perguntou Adélia.
— Quero passear! respondeu Alice, como uma borboleta diria se falasse “quero voar”.
— Não estás cansada?
— Não; nem um bocadinho.
— Pois eu estou! disse Adélia dando uma inflexão lânguida ao talhe.
— Brincamos muito! De manhã ainda se dançava.
— Ora! os grandes bailes na Corte acabam sempre ao romper d’alva; já estou habituada; não sinto; o que me fatigou foram aquelas voltas pelo terreiro. Achas tanta graça nisso!
— É o Natal, Adélia.
— Não duvido; mas eu prefiro dançar na sala, a machucar os pés no chão duro; assim