Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/96

Wikisource, a biblioteca livre

deu uma carreira pela relva do pomar. Que havia de fazer seu companheiro, fosse ele sério e grave como era Mário? Um reumatismo ministerial, o que é a quintessência da seriedade, se aí estivesse, apesar das calças azuis, e da etiqueta imperial, jogava as canelas com toda a certeza.

— Oh! que vergonha! Não me apanhou!

— Você escondeu-se!

— Desculpas!... Estes figos são excelentes; eu sempre os apanho para papai! Ele gosta muito, coitado... Mário, você julga que ele ficará bom depressa? perguntou a menina com os olhos cheios de lágrimas.

Mário constrangido respondeu para a consolar:

— Acredito, Alice.

— Talvez com sua chegada... Eu o acho muito melhor, desde ontem. O cuidado que tinha de você, por força que lhe havia de fazer mal. Deus permita!

E Alice ergueu ao céu os belos olhos azuis, com uma expressão angélica de ternura e piedade, que deixou n'alma de Mário uma profunda comoção.