Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/101

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transitoria residencia, não encontram mais com que alimentar a sua indolencia e barbara voracidade.

Esta conjunctura foi dentro de pouco tempo confirmada pelos clamores que se levantaram nas freguezias e termos vizinhos, e nos lugares remotos aonde o Cabelleira e seu pai foram levar o assombro e o terror de que já tinham enchido a provincia natal. As pacificas ribeiras do rio Parahyba e do Rio-grande-do-norte, os engenhos, povoações e villas das duas províncias, que trazem os nomes destes dous grandes rios, começaram a pagar, como as ribeiras do Capibaribe, e as propriedades ruraes e os pontos populosos de Pernambuco, o terrivel imposto a que por mais de uma vez nos temos referido no correr desta narrativa. Os bandos dos salteadores escolheram para centros das suas operações as matas proximas dos rios, as catingas pegadas aos caminhos d’onde podiam facilmente espreitar e acommetter a seu salvo os inoffensivos viajantes que, com o fructo do trabalho honesto e da industria esforçada, deixaram muitas vezes nessas medonhas solidões o seu sangue, a sua propria vida.

Cresceram a par a idade de Luizinha e o nome odioso do Cabelleira, nome que,