Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/106

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e das rãs, o silvo das cobras, o canto agoureiro dos bacuráus.

— Meu Deus! exclamou ella. Não haverá um christão que me valha nesta aflição?

— Ninguem, ninguem te valerá, bonita rapariga — respondeu o desconhecido, levantando-a por um braço e como querendo arrastal-a na direcção da lingua de terreno por onde se podia ir, a pé enxuto, á margem fronteira.

— Mas, meu senhor — tornou Luizinha achando em si mesma coragem de que nunca se julgára capaz — por tudo quanto é sagrado lhe peço que me deixe ir embora. É quasi de noite, e, si me demorar mais tempo aqui, arrisco-me a encontrar algum malfeitor que me offenda no caminho.

— Queres maior malfeitor do que eu?

— Vosmecê não é um malfeitor. Vosmecê veiu caçar por estas bandas, e, como me encontrou neste ermo, está me mettendo medo para divertir-se a minha custa. E creiu até que havia de defender-me si alguem quizesse fazer-me mal.

— Certamente. Nenhum gavião seria capaz de tirar-me das unhas a minha formosa juruty. Ora, vem comigo; não tenhas medo. Atravessamos por este limpo, ganhamos a capoeira, subimos pela aba da serra e.........