Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/108

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um vulto que se dirigia para o lugar onde ella se achava com o malfeitor. Não foi preciso mais para que recrudescesse o seu valor que a ia desamparando.

— Cuidas que não vejo quem alli vem? perguntou o desconhecido, apontando o vulto que, como vinha pelo rasto da moça, com pouco mais estaria com elles. Eu podia agora mesmo metter-me comtigo pelo mato a dentro. Si tentasses gritar, tapava-te a bocca, e ninguem saberia o teu fim. Mas quero ficar, para, em vez de uma, levar em minha companhia duas mulheres para o mato, onde ha grande necessidade desta fazenda.

— Estou aqui, minha mãi, estou aqui — gritou Luiza quasi ebria de prazer pela sua salvação, que teve por indubitavel desde que na mulher recem-apparecida reconheceu Florinda.

O malfeitor, porém, seguro de seu poder, nem se moveu, nem se alterou siquer; e para dar testemunho irrecusavel de que não fazia caso do inesperado adjutorio, chasqueou de Florinda, por se apresentar armada com um cacete e um facão.

Querendo Luizinha correr ao encontro da viuva que, tendo ouvido as palavras da rapariga, fôra em seu soccorro com gestos e meneios de louca, o desconhecido, cujos