Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/198

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de corpo, tinha boa estatura, côr fula, olhos scintillantes e redondos, cabello chegado ao casco. O nariz um pouco rombo estava em desharmonia com as outras partes da cara onde se lia uma expressão de audacia, que respondia bem á agilidade do corpo.

O outro era feio de feições, baixote e roliço. A côr, o angulo facial, o cabello carapinha estavam claramente denunciando a sua proveniencia africana.

Por baixo dos capotes, já velhos, cingia-lhes os rins um cinto de couro d’onde a cada um pendia uma espada de ponta direita. Eram as espadas as unicas armas que traziam á vista.

Sentaram-se á mesa sem tirar os chapéos de palha com que estavam cobertos.

— Vinho ou cachaça? perguntou o velho, apontando, de volta, na porta, com uma penca de bananas que lhe vinham cahindo das mãos de maduras.

— Vinho, disse o mais moço.

— Traga da canna para mim, acrescentou o outro.

— Muito bem, respondeu Thimoteo. Olhem: o pão é da padaria do Zé Braga, o peixe é do Viveiro-do-Muniz, a farinha é da Muribeca, e as bananas são do meu quintal. A cachaça é do engenho do Mendonça, e o vinho é puro de Lisboa.