e, lançando o olhar por toda a natureza, que os abraçava como a immensidade abraça um ponto:
— Estamos fóra de perigo, disse para Luiza. Esta chorava em silencio. Em seu rosto abatido, mas sempre bello transparecia a magoa profunda que lhe minava o coração, onde se reflectia a viva lembrança das scenas da noite anterior.
— De que chora, Luizinha? perguntou-lhe o bandido com doçura.
Só com a mudez e as lagrimas lhe respondeu a moça, em cujo espirito se haviam concentrado todas as sombras da tristeza, sombras espessas em que o sol em pino não póde lançar um raio de luz siquer.
— Está cansada, não é, meu amor? perguntou o Cabelleira.
— Estou para morrer. Sinto uma pena immensa no coração, e dores insupportaveis na cabeça.
— Não me queira mal, Luizinha, por eu ter sido a causa de todo este destroço.
— Não lhe quero mal; quero-lhe bem, muito bem, Cabelleira. Mas não posso esquecer-me de minha mãi, nem poderei resistir á minha desgraça, que eu considero muito maior do que a sua.
— Descansemos um pouco á sombra deste