Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/231

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a frescura do solo, se mostrava verdejante e florido.

— Ladrão! Ladrão! gritou o rapazito com valor e força superiores aos que o seu corpo e estatura promettiam.

E armado com um páo, investiu contra o Cabelleira, que a inesperada apparição deixára um instante perplexo com parte do furto em uma mão, e a faca núa na outra.

O rapaz ganhou em poucos passos a distancia que o separava do bandido, e descarregou sobre a cabeça deste, sem dizer tir-te nem guar-te, o páo que trazia alçado. O Cabelleira em represalia atirou-lhe um golpe com o intuito de cortal-o de meio a meio, intuito que foi burlado por Luiza que lhe havia pegado do braço a tempo de evitar a desgraça imminente.

— Cabelleira! Queria fazer uma morte ainda? Meu Deus, abrandai-lhe o coração.

— Luizinha, eu não sei bem o que queria fazer, disse o moço cahindo em si. Mas este dorminhôco deu-me com o seu graveto como si eu fosse algum pinto.

— Quero-lhe muito bem, meu amor, acrescentou a moça com a profunda ternura que, quando verdadeiramente quer e sente o que quer, a mulher sabe ter no olhar, no gesto, na voz. Mas quando o vejo como agora de arma