tinha elle assassinado um anno antes um marchante de gados para lhe roubar o dinheiro que trazia da feira em Santo-Antão.
O bandido voltou o passo atrás horrorizado e correu em busca da moça, gritando, como um menino:
—Luizinha! Luizinha!...
A moça, afflicta sem saber por que, lançou-se ao seu encontro e o recebeu em seus braços.
— Ninguem te ha de tirar daqui, disse ella, suspeitando que o queriam prender. Não, não, tu me pertences. Deus ajudou-me a pôr-te no caminho do bem. Ninguem tem mais o direito de te perseguir.
— Eu o vi lá outra vez, Luizinha. Elle olhou-me silencioso e triste.
— Elle quem? perguntou ella.
— O marchante; o velho aquem assassinei para roubar. Lá está elle com os cabellos brancos ensopados em sangue.
— Meu Deus! meu Deus! exclamou a moça. Commetteste ainda um assassinato, Cabelleira? Meu Deus, quanto sou infeliz!
— Não, não foi agora; faz um anno; foi alli, junto do jatobá. Olha; não vês aquella cruz de pau enterrada no chão? Foi ahi que matei o sertanejo.
É impossivel descrever a commoção de