Página:O demônio familiar.djvu/103

Wikisource, a biblioteca livre

nhanhã Carlotinha mandava. Mas depois viu outra coisa... Um!...

AZEVEDO – Que foi? dize; não me ocultes nada.

PEDRO – Água-de-colônia caiu no rosto e desmanchou reboque branco!...

AZEVEDO – Que diabo de história é esta! Reboque branco?

PEDRO – Ora, senhor não sabe; este pó que mulher deita na cara com pincel. Sinhá Henriqueta tem rosto pintadinho, como ovo de peru; para não aparecer, caia com pó de arroz e essa mistura que cabeleireiro vende.

AZEVEDO – Que mulher, meu Deus! Como um homem vive iludido neste mundo! Aquela candura...

PEDRO – Moça bonita é nhanhã Carlotinha! Essa sim! Não tem cá panos, nem pós! Pezinho de menina; cinturinha bem feitinha; não carece apertar! Sapatinho dela parece brinquedo de boneca. Cabelo muito; não precisa de crescente. Não é como a outra!

AZEVEDO – Então, D. Henriqueta tem o pé grande?

PEDRO (fazendo o gesto) – Isto só! Palmo e meio!. .. Às vezes nhanhã Carlotinha e as amigas zombam deveras! Mas não pergunte a ela, não'? Sinhá velha fica maçada.