Página:O demônio familiar.djvu/130

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PEDRO – Parlez-vous français, monsieur?

AZEVEDO – Ela faz que não me compreende! Trata-me com indiferença.

PEDRO – Pudera não! O senhor vai se casar.

AZEVEDO – Ah! Tu pensas que é esta a razão!

PEDRO – Nhanhã mesmo me disse! Moça solteira não pode receber corte de homem que é noivo de outra mulher! É feio, e faz cócega dentro de coração; cócega que se chama ciúme!

AZEVEDO – Então é o meu casamento que impede!... E nem me lembrava de semelhante coisa! Com efeito, Henriqueta é sua amiga; ela julga talvez que a amo.

PEDRO – Mas isto não quer dizer nada. Ela gosta de V.M.ce, gosta muito! Ontem, quando mandou essa violeta que o senhor tem na casaca, beijou primeiro.

AZEVEDO – E foi ela mesmo quem se lembrou de mandar-me?

PEDRO – Ela mesma, sem que eu pedisse nada!

AZEVEDO – Bem; eu sei o que me resta a fazer.