Página:O demônio familiar.djvu/17

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CARLOTINHA – Eu queria falar-lhe.

EDUARDO – Quando voltar, menina.

CARLOTINHA – E por que não agora?

EDUARDO – Tenho pressa, não posso esperar. Queres ir hoje ao Teatro Lírico?

CARLOTINHA – Não, não estou disposta.

EDUARDO – Pois representa-se uma ópera bonita. (Enche a carteira de charutos.) Canta a Charton. Há muito tempo que não vamos ao teatro.

CARLOTINHA – É verdade; mas quem nos acompanha é você, e seus trabalhos, sua vida ocupada... Depois, mano, noto que anda triste.

EDUARDO – Triste? Não, é meu gênio; sou naturalmente. seco; gosto pouco de divertimentos.

CARLOTINHA – Mas houve um tempo em que não era assim; brincávamos, passávamos as noites a tocar piano e a conversar; você, Henriqueta e eu. Lembra-se?

EDUARDO – Se me lembro!... Estava formando há