Página:O demônio familiar.djvu/36

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EDUARDO – É verdade; um vadio de conta!

PEDRO (a AZEVEDO, em meia voz) – Hô... Senhor está descompondo Pedro na língua francesa.

EDUARDO – Deste lado é o interior da casa; aqui tenho janelas para um pequeno jardim e uma bela vista. Vivo completamente independente da família. Tenho esta entrada separada. Por isso podes vir conversar quando quiseres, sem a menor cerimônia; estaremos em perfeita liberdade escolástica.

AZEVEDO – Obrigado, hei de aparecer. Ah! tens as tuas paisagens signées Lacroix? Mas não são legítimas; vi-as em Paris chez Goupil; fazem uma diferença enorme.

EDUARDO – Não há dúvida; mas não as comprei pelo nome, achei-as bonitas. Queres fumar?

AZEVEDO – Aceito. Esqueci o meu porte-cigarres. São excelentes os teus charutos. Onde os compras? No Desmarais?

EDUARDO – Onde os encontro melhores. (PEDRO acende uma vela.)

PEDRO (baixo) – Rapaz muito desfrutável, Sr. moço! Parece cabeleireiro da Rua do Ouvidor!