Página:O demônio familiar.djvu/42

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AZEVEDO – Tenho que fazer. Algumas maçadas de homem que se despede de sua vida de garçon. Janto hoje com minha noiva; amanhã parto para minha fazenda, onde me demorarei alguns dias, e na volta terei o prazer de te anunciar, com todas as formalidades de estilo, em carton porcelaine sob o competente enveloppe satinée et dorée sur tranche, o meu casamento com a Sra. D. Henriqueta de Vasconcelos.

EDUARDO – Henriqueta!... Ah! É com ela que te casas?

AZEVEDO – Sim. De que te admiras?

EDUARDO – Julguei que escolhesses melhor! É tão pobre!

AZEVEDO – Mas é bonita e tem muito espírito. Há de fazer furor quando a Gudin ajeitá-la à parisiense.

EDUARDO – Dizem que é muito modesta.

AZEVEDO – Toda a mulher é vaidosa, Eduardo; a modéstia mesmo é uma espécie de vaidade inventada pela pobreza para seu uso exclusivo.

EDUARDO – Assim, estás decidido?

AZEVEDO – Mais que decidido! Estou noivo já. Adeus, aparece; andas muito raro.

CENA XIV

EDUARDO, PEDRO