Página:O demônio familiar.djvu/51

Wikisource, a biblioteca livre

os recebeu de Pedro; eu os vi, escritos por sua letra.

EDUARDO – Não é possível!

CARLOTINHA – Há nisto algum engano. Deixe-me acabar, depois verá.

EDUARDO – Eu te escuto.

CARLOTINHA – Os seus versos...

EDUARDO – Meus, não.

CARLOTINHA – Pois bem, os versos causaram-lhe uma dor mortal; conheceu que o mano escarnecia dela, e desde então passava as noites a chorar, e o dia a olhar entre as cortinas para ao menos ter o consolo de avistá-lo de longe e de relance. Mas você conservava fechada a única janela na qual ela podia vê-lo.

EDUARDO – Não sabes por quê? Um dia mandou-me dizer por Pedro que a minha curiosidade a incomodava. Desde então privei-me do prazer de olhá-la...

CARLOTINHA – É inexplicável!... Mas como lhe dizia, passaram-se dois meses; ela perdeu a esperança; seu pai tratou de casá-